O Labirinto

Onde caberia "Eu"? Se nesta terra onde ele perambula está encurralado pela dor e desproteção.

Quando olho ao lado o que enxergo é meu irmão acorrentado pelo medo e terror.

Na volta ao mundo não encontro onde me caiba, meu olhar não tem mais auxílio do pescoço, que não quer fazer girar a cabeça para ver na tela a morte, o sangue, o salário anêmico, o saquear dos bens alheios.

Onde caberia "Eu"? O que teria a aprender com isto tudo!? Cada vez mais essa parafernália, fábrica do sofrimento que o território que me circunda produz, desafia meu olhar a desfazer o mudar de ótica, a virgindade que ele conquistou nos dias, encontrando alegria e satisfação no simples, fica exposto ao desmandos do juízo.

Onde estará a equanimidade? a percepção analítica que poderia me auxiliar na busca de respostas?

Ó! ego inferior! Aprisionado pelo contexto?diga um pouco de si! do seu egoísmo genuíno! Quando estabeleço o monólogo contigo, sai daí sons de gemido, exclamação de lamento, cansaço. Desejas tanto! Para quê? Se tantos encontram acorrentados sem o elementar; do pão, da segurança, da casa, da água... vivendo das migalhas, das sobras do avaro, da usura.

Se tudo é consciência, elevo acima do teto de todos os tetos, me diga, Ó! Grande Arquiteto! Que está sob e sobre tudo isto; a casa que moro junto com esta multidão de seres...precisamos de "Ti"!

Faça revelar a nós mesmo o nosso lugar, nos indique a placa de sinalização que nos levará à saída deste abismo.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 09/02/2017
Reeditado em 10/02/2017
Código do texto: T5906883
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