No Calor do Entardecer.

Atravessava a avenida ensolarada da pequena cidade.

Havia sujeira, biscates e ambulantes amontoados à multidão de moscas, velhas decrépitas e crianças maltrapilhas...

Ia rumo ao mercado comprar um par de chinelos havaianos. Arrastava um pé puído e arrebentado. Manquitolava e pensava no Morro dos Ventos Uivantes e naquelas fantasmagóricas Irmãs Brontë, Charlotte, Emily e Anne.

Ao seu lado, suada, amada e feroz, caminhava sua esposa de mãos dadas ao seu pequeno filho, que arrotava e ria...

Naquela vaga tarde de fevereiro, atordoados pelos problemas mundanos, a crise e a guerra do dia a dia, eram três almas ultrapassando as fronteiras da desesperança.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 08/02/2017
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