Frankenstein
a poesia e a prosa caminham juntas na lama da
água da chuva pela manhã
cuspindo nos reflexos dos letreiros
de néon,
seus espelhos rastejando sobre
os rostos de quem você era,
quem você foi,
quem você espera ser.
eu roubo inspiração descaradamente de
todos os
lugares:
filmes, livros, sonhos, conversas paralelas,
notícias de jornais,
músicas, pessoas, bares, animais, revistas
eu costuro tudo e crio meu Frankenstein
ele é uma loirinha prostituta
que desfila semi-nua
com uma tatuagem ardendo na coxa
no bar da esquina, os olhares bêbados
devorando-a com uma fome selvagem
nenhum deles escreverá poesia
ou prosa,
não antes de uma punheta.