Frankenstein

a poesia e a prosa caminham juntas na lama da

água da chuva pela manhã

cuspindo nos reflexos dos letreiros

de néon,

seus espelhos rastejando sobre

os rostos de quem você era,

quem você foi,

quem você espera ser.

eu roubo inspiração descaradamente de

todos os

lugares:

filmes, livros, sonhos, conversas paralelas,

notícias de jornais,

músicas, pessoas, bares, animais, revistas

eu costuro tudo e crio meu Frankenstein

ele é uma loirinha prostituta

que desfila semi-nua

com uma tatuagem ardendo na coxa

no bar da esquina, os olhares bêbados

devorando-a com uma fome selvagem

nenhum deles escreverá poesia

ou prosa,

não antes de uma punheta.

Arthur Rabelo
Enviado por Arthur Rabelo em 04/02/2017
Código do texto: T5902404
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