O CARNAVAL DO AMAR

E tudo é sinal para o ato. Na pele, mesmo quando a boca diz não, o aviso do corpo fica. Nada tenho quando sai pela porta, só a certeza da volta.

À janela, a luz espiã é frágil diante do sol que vem de dentro, chama sempre acesa. Lábios professam palavras, beijos inocentes e mordidos de veneno, a matar o desejo. Será esse o secreto? O esconder-se dentro do outro e não temer nunca mais o depois?

A luz que vinha da janela se escondeu. Corpos acesos, ainda depois do banho...

Dançamos o carnaval do amar.

Do livro Terceira Pessoa, 2015-2017