Lógica Versus Poema...
     
- Quem és tu, oh ínfima, que tão leve enaltece as pessoas, transformando-as em grandes seres, fazendo com que reles fatos tornem-se grandes feitos, imensuráveis obras? – Questiona a lógica.

- Sou aquela que vislumbra as cores,
E traduz a desmedida paixão,
Eu existo nas pequenas coisas,
Sou a voz do coração!

- Mas como podes ser a voz dos músculos que contraem-se e expandem-se, representando os espasmos da vida? Como podes?

- Pelo grande poder daquele,
O criador da emoção,
Que me deu o dom divino,
Do amor e do perdão!     
 
- Oh, quanta perda de tempo! Divindade contraria a razão! É simples sonhadora, poesia, que busca respostas às coisas que lhe escapam da visão! É a ralé que desconhece o método e o poder da ciência!

- Podes transformar o mundo, eu sei,
E com sarcasmo, moldá-lo como quiser,
Mas dá vida a algo, te desafio!
Faça isso se puder!     
 
- Oh, quanta impertinência! O que pretendes com este tipo de proposta? Dar vazão aos teus ímpetos retraídos pelo complexo inferior de não responder às coisas com razão?

- Cara lógica bem sabes,
Que amar será sempre meu lema,
Somente admiro o mundo,
Sou divina, sou poema!     
 
- Então admira a miséria e fala sobre ela! Admira as mortes, o massacre constante dos homens! A falta de compreensão humana! Dá através de seu lema a solução para isso!

- Saiba então que as pessoas,
Serão felizes quando encontrarem,
Em cada ser, um pedaço de si,
E sem perda de tempo, se amarem!

Assim os problemas se vão,
Como ondas voltando ao mar,
Sentindo a doce emoção,
De viver, de sorrir, de sonhar...

Ah, lógica, quero que saiba,
Que não é suficiente na Terra,
Pois quem não vive poema,
Morre nas ruas, em guerra!