Devaneios
Oh Deuses! Que dor é essa?
Me toma por inteira
Me corrói
Essa saudade que não posso arrancar de mim
Essa miséria que você diz ser amor
E que me dá, como comida aos pombos
Tão displicente
Sem remorso ou inquietação
Olha que te jogo uma praga
Pra você me amar como eu te amo
E sentir suas entranhas ardendo
Vai implorar por minha piedade
E eu vou ter, meu amor
Porque sou loca por você
Porque te quero como irmão
Como amigo
Como amante
Porque meu amor por você
Não cabe em mim
Ele não tem definição ou limite
É insano, impulsivo
Imprudente
Mas é real e imutável
Eu só quero andar de mãos dadas com você
Na cara do mundo
Te beijar no meio da rua
Embaixo de uma cabine telefônica
Ser carregada no seu colo, no meio da avenida
Da chuva, do mar, da vida!
Quero roubar sua bandana
E alguns livros
Quero ir com você num show de rock
Quero te amar numa montanha
Quero rir e rir alto e forte
De todo e por todo tempo que nos foi roubado
Mas que nunca nos venceu
Quero você
Quero ser sua amada imortal
Agora, acorde!