Eu poeta
Quem são esses que leem poesia? Quem é capaz de extrair de seu tempo, Preciosos instantes, para ler tal insanidade? Arriscam-se em linhas desconhecidas, repletas do tudo, que possui signos conhecidos, mas parecem pertencerem a outro idioma. Seu significante recusa fixar-se naquela limitada folha impressa. Quer mesmo o mundo, o universo.
Quem tem a coragem de escrever poesias, decerto são loucos,
de sentidos indefinidos, que às vezes se concentram em apenas um, depois se separam infinitamente.
Estão entre nós, caminham em meio à explosão de fatos e acontecimentos, e param: Então, meticulosamente extraem de dentro disso tudo, o néctar que os interessa.
São sonhadores. Não como os que almejam um objetivo, e, perseguem-no até o alcançar. Parecem-se mais com os alucinados que tem múltiplas fases, personalidades, sonhos, que se explodem a todo instante, em inúmeras divisões simultâneas.
A Poesia é abraço verbal; é sorriso escrito, é beijo grafado. Quando o desejo de se expressar não cabe no poeta, ele o exterioriza escrevendo. Assim , mesmo que direcionado a alguém, ele abraça, beija, e ama o mundo.
Saltam de sonho em sonho, como nômades, sem um porto. Querem o universo, ali mesmo, do cômodo que se encontram .