Esgrima

Eu estava lá me esquivando de toda possibilidade de amor. Era uma dança de esgrima linda: você avançava, eu desviava, atacava... você avançava mais e eu defendia. Mas daí baixei a guarda por um instante e me vi agonizando pelo fio de sua espada. E era delicioso! Era ótimo saber que podia contar com um "pra sempre".

Mas a falta do ar começou a me deixar pavorosa e o senti o sangue na garganta. Você não estava mais lá.

Fora embora, deixando sua espada cravada em mim. Você me deixou sangrando, sem piedade alguma, agonizando todas as memórias — tanto as reais, quanto as imaginárias, nossos planos, nossa casa, nossos filhos, nossa paz — foi embora, deixando essa coisa maldita que um dia chamou de amor nas minhas entranhas.

Ana Eduarda
Enviado por Ana Eduarda em 10/11/2016
Reeditado em 10/11/2016
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