ESSAS MÃOS

Essas mãos calejadas...

Tão rudes tão gagás!

Com suas mímicas gaga

são flechas, são armas

que empeteca e amarga

e apedreja as favas.

Essas mãos atrapalham

e empalha as cestas

são postas as terças,

mas enxugam as lagrimas

com os choros da vida

que a ótica te dá.

Essas mãos calejadas...

toda cheia de vida

são as mãos mais queridas

que já fez e aconteceu...

Hoje tão enrugadas!

um dia, mãos de fada

que oraram pra Deus.

Essas mãos, bateu palmas

pela vitoria querida

pelo consolo da vida

pelos caminhos dos amores

pelo amar e o sonhar

pela causa pela dádiva

essas mãos, plantou flores

e aguou com as águas.

Essas mãos deu adeus

para os olhos para os seus

para o cortejo fúnebre

esse viver já tão breve

deu remédios a febre

e reivindicou com a greve.

Já fizeram antídoto

atiçou a guilhotina

amarrou o nó da forca,

foram medicas e loucas

já matou e condenou

hoje estão tão brocas!

mas outrora, fez a sina.

Essas mãos, atirou pedras

no pecado dos outros

jogou moedas ao chão...

Essas mãos assistiu o beijo

ouriçou internos desejos

daquela fiel traição.

Essas mãos, essas mãos

já plantou alimento

sustentou a nação.

Essas mãos, essas mãos

já não são aquelas mãos

que assinou a condenação.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 22/10/2016
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