Veja, amanheceu!

Harmoniosamente, mais um dia vai sendo lapidado com o novo amanhecer. Estão presentes : o sol, os pássaros e poucas nuvens num céu imensamente azul. Resquícios de umidade do sereno ainda podem ser sentidos, oriundos de uma madrugada fria de primavera.

Tudo está bem devagar. As árvores se movem com o sereno vento, como num relaxante espreguiçar. A brisa se desvia de minha pele com seus movimentos lentos e sonolentos, readquirindo sua peculiar força no introito de seu ofício diário. Pássaros sobrevoam minha janela, sem destino certo; voam apenas por voar. Também cantam incessantemente doce melodia, buscando aquecer seus frágeis corpos em uma manhã ainda gelada.

Levanto meus olhos ao horizonte e vejo bem distante, nuvens totalmente escuras sendo empurradas para bem longe; mas, buscam caminho inverso: Motivo esse do clima instável e confuso que está no momento.

Já o sol... Ah! o sol. Esse é soberano; seus raios brilham pujantemente. São indiferentes ao vento, ou a qualquer outra barreira à frente. Combinando-se com o frescor matinal, num hibridismo entre elementos, tornam-se uma espécie de anestésico natural para um corpo ainda pesado pela recente verticalização.

Em minhas narinas sinto um perfume tão agradável emanado das flores e do café puro que se dissipa das casas vizinhas ao tocar a água fervente, dando um ar simplório e bucólico ao ambiente. vagueia no ar, adentra as frestas das casas mais fechadas, e anuncia a chegada de mais uma manhã aos que ainda dormem. Convida-os a participarem desta fantástica festa, apresentada e protagonizada pela inspirada natureza nesta manhã de sábado.

John Canere
Enviado por John Canere em 01/10/2016
Reeditado em 30/08/2019
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