Prosa da Despedida
E de repente toda aquela ânsia de escrever sobre você já não existe mais. Deixei, em algum lugar do universo, todo o passado de um amor inconclusivo e de sentimentos incalculáveis. No mundo paralelo das lágrimas e dos desencontros, deixei teu cheiro nas ruas urbanas e asfaltadas de desamor. Optei em abandonar o tom e a espessura dos teus cabelos vívidos, brilhantes e soltos.
Os teus lábios finos e sensuais já não me causam mais arrepios. As lembranças do nosso diálogo dramático já não me têm nas mãos. A insônia me traz muitos sentimentos e desesperos, mas nenhum deles é você.
Já não te encontro mais nas noites amargas ou na luz de mim mesmo.
Aquela despedida tornou-se real. O coração parou de parar ao escutar o teu nome.
Talvez o fim seja assim. Sem espera e sem ruído. Sem dor, sem culpa, personagem ou reação.
E, no meio de todas as palavras que nunca deveriam ser ditas, sobra-me apenas uma:
Adeus.