Prosa da Despedida

E de repente toda aquela ânsia de escrever sobre você já não existe mais. Deixei, em algum lugar do universo, todo o passado de um amor inconclusivo e de sentimentos incalculáveis. No mundo paralelo das lágrimas e dos desencontros, deixei teu cheiro nas ruas urbanas e asfaltadas de desamor. Optei em abandonar o tom e a espessura dos teus cabelos vívidos, brilhantes e soltos.

Os teus lábios finos e sensuais já não me causam mais arrepios. As lembranças do nosso diálogo dramático já não me têm nas mãos. A insônia me traz muitos sentimentos e desesperos, mas nenhum deles é você.

Já não te encontro mais nas noites amargas ou na luz de mim mesmo.

Aquela despedida tornou-se real. O coração parou de parar ao escutar o teu nome.

Talvez o fim seja assim. Sem espera e sem ruído. Sem dor, sem culpa, personagem ou reação.

E, no meio de todas as palavras que nunca deveriam ser ditas, sobra-me apenas uma:

Adeus.

Mariana Franco
Enviado por Mariana Franco em 29/09/2016
Reeditado em 29/09/2016
Código do texto: T5776347
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