O grande culpado

Tão representativo e significativo é o mar na vida de tantos. Esse velho ancião imortal, procurado por quem anseia sua sabedoria, é capaz de decifrar os maiores mistérios da vida. Suas águas guardam segredos, as ondas falam, o silêncio desvela.

Chegado o tão esperado feriado, no mar encontraria tudo o que procurava: profunda paz, acompanhada de um mergulho em si. Seja num relaxante mergulho ou em qualquer outra atividade a sua orla; o que traz um deleite que invade e transforma.Optou em pedalar à beira-mar, usufruindo assim de uma ciclovia recém inaugurada.

O mar estava extremamente agitado naquela manhã, suas ondas iam de encontro às pedras, e se lançavam para o alto violentamente. Saíra de casa enquanto todos ainda dormiam, não beijou ninguém, não deu um abraço ou um adeus; não voltaria.

Em Minas Gerais, um grande mar também fora ouvido, sentido, e, responsável por um acontecimento que marcaria aquela quinta-feira. Um grande mar de lama que rompeu a barragem e desceu: escorregando, esmagando, e destruindo tudo que estava à frente. Muitos se foram, outros, ainda estão em algum lugar por lá: cobertos de lama que usurpa a vida, ou da lama que extingue a esperança.

O grande vilão está completamente explícito; toda a responsabilidade é do mar. Ele, devastou sonhos e continua; dizima o menor vestígio de esperança e impede muitos de terem uma única oportunidade. Destrói desde um pequeno espaço, a toda uma nação. A culpa de tudo? Sim, é do mar. Do mar de individualismo, do mar de ganância, de ambição. Por não amar, veio o mar... Trouxe a morte.

John Canere
Enviado por John Canere em 27/08/2016
Reeditado em 30/08/2019
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