Sobre a relva úmida na madrugada fria, estava meu corpo protegido apenas por uma fina lona capaz de transmitir a agitação sonora daquela gelada noite de lua cheia que inspirava o uivo dos cães e as vozes estridentes das aves noturnas.
Sem conseguir cerrar os olhos, visualizava mentalmente o céu  estrelado o qual me fascinara minutos antes ornamentando a vaidosa campina.
Eu ali sozinha totalmente entregue a noite e aos seus mistérios, me sentindo tão pequena diante ao imenso céu que me cobria e a vasta relva que me acolhia.
No avançar da noite, o imponente vento se fez presente na intenção de intimidar a frágil barraca que por sua vez cumpriu brilhantemente sua função acolhedora.
Exausta por conta da agitação do dia, deixei-me seduzir por Morfeu que sutilmente me tomou em seus braços proporcionando uma terna viagem  sem registros.
Anunciando a aurora, o efusivo galo trouxe-me de volta ao pequeno espaço que me acolhia, tomada pela sensação de liberdade testemunhei a presença Divina em seu milagre com o despontar do astro rei que trazia no seu intenso brilho mais um dia de vida!
HILDA STEIN
Enviado por HILDA STEIN em 01/08/2016
Reeditado em 01/08/2016
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