UM FULGOR NA ESCURIDÃO

Num quarto fechado, sem luz, sem sol...

Sem portas ou janelas,

sem cama ou lençol...

Abatida e ferida,

trancafiei-me, pela dor sentida,

pensando, assim, estar protegida,

mas a solidão também maltrata... corrói,

abre minhas feridas e... como dói...

Tenho medo do mundo lá fora

quero sair daqui... ir embora...

Mas ir para aonde,

se minha alma nada, de mim, esconde?

Ela é um refúgio,

como que feita de espelhos,

confronta-me com esta fraqueza

que me põe de joelhos,

impedindo a opção de fugir

ou de abrir minhas asas e sumir...

E assim... de joelhos...

peço a Deus num clamor:

Senhor...

Envolve-me com Teu amor...

Toma-me em Teus braços!

Ilumina este meu espaço!

Reforça a minha fé!

Dá-me esperança e forças para me manter em pé!

Conserva em mim, Tua flama!

Não deixes que nada, nem ninguém apague esta chama.

Ampara-me com Teu abraço terno,

enquanto procuro a saída desse inferno.

Apaga o medo que me aprisionou,

e as dores que a maldade alheia me causou,

Deixa-me seguir Teus princípios em minha crença,

na tentativa de fazer, neste mundo, a diferença,

sem a natural necessidade revidar,

causar a mesma dor ou me vingar...

Senhor! Concede-me a cura!

Mas mantém minha alma pura,

acendendo em mim Tua candeia

que me protege da escuridão

e da ignorância alheia...