Meu "Eu"

Ai de mim! Quanto ainda culpará o meu corpo,

Esse espírito fraco e vil, que se diz "Eu"?!

Pobre corpo! Vindo de um pó corrompido,

Por bactérias tais que, espalhando-se, matam!

Ele exige cuidados; porquê infligir-se-ia o mal?!

Oh, alma malévola, de vaidades mil!...

E nesse todo mais que imperfeito, existo eu...,

Que rasga Bíblias p'ra fugir à Palavra,

Tardiamente; cedo eternizou-se em mim!...

E onde habitam as memórias que condenam?

Ou atenuam, e por vezes até me alegram?

"Flashbacks", fragmentos, lances vividos...

Ironia! O culpar-se inocentemente,

E muito absolver-se, tão culposamente...

Esse "tudo" incompleto é a existência,

É um bem, um mal, uma dor, também amor...

Ai de mim! Pobre de mim! Que ri, que chora,

Que se espanta da própria credulidade,

No inacreditável mistério da Vida!

Allba Ayko
Enviado por Allba Ayko em 21/04/2016
Código do texto: T5611962
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