As Marcas

As marcas na estrada de chão de barro vermelho

São longas e profundas, são muitas

Dos cascos dos animais e seus tropeiros

Das carroças e seus carreteiros.

São marcas que permanecem

Dentro dos olhos e perfuram

A cabeça e a consciência

E saem atrás do pensamento,

Quando eu era criança cheia de inocência e sonhos.

Essas marcas no chão vermelho

Falavam mais que as minhas

Marcas da alma, do corpo e vergonha

As minhas marcas são tão profundas

Quanto as marcas sulcadas no chão

De barro vermelho

As marcas vermelhas no chão desenham asas

São marcas lidas e frias

Assim como as minhas

Que após as chuvas não são esquecidas.

Marquem-me o peito!

Marquem-me a alma!

A minha vida ser possível

Ponham outras marcas sobre estas

Porque quem amei se foi

E me deixou somente marcas.

Hugo Deff
Enviado por Hugo Deff em 05/04/2016
Reeditado em 26/04/2016
Código do texto: T5596275
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