DO AMOR PLATÔNICO (presença)

Então você está quase se conformando,

Faz um muro de 20 metros em torno de si,

Uma ponte levadiça com um fosso e jacarés,

Põe os melhores flecheiros em cima do muro,

Sobe numa torre sem escada e sem janelas,

Deixa espadachins lendários na base da torre,

Liberta duas dúzias de cães assassinos no pátio,

E começa a riscar na parede os dias sem vê-la,

Dai ela manda a mensagem: Oi, meu bem, tá sumido.

E nesta hora uma grande tempestade toma o céu,

E muitas águas se precipitam de forma ininterrupta

E um furioso vento do Norte dá contra os muros,

E centenas de raios incidem sobre o castelo,

E um terremoto abala a terra... derruba a torre...

Deixando você entre escombros e corpos...

E na lage desolada o frio cortante da solidão,

Atravessa tua alma, devora tua existência,

Mas de súbito você a vê caminhar pelo pátio,

Vira-te as costas...até se tornar borrão no horizonte,

E você percebe que ela estava na torre contigo,

O tempo todo imperceptível...etérea...invisível.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 27/03/2016
Reeditado em 25/01/2017
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