Infância - Doces amores nos traz

Existiu um momento em que eu parei e olhei para trás.

Em que andar devagar foi voar no vento das tardes primaveris

Houve dias em que o sol parecia que nunca se poria

Noites que pareciam eternas

Palavras que nunca saiam de minha cabeça

Sorrisos que ficaram estampados para sempre

Brincadeiras que se renovavam com o raiar do dia.

Não sabíamos que o novo dia seria um após o outro

E que eles mudariam nossos ares, nossas peles, nossos Sonhos.

Mudariam e nos tornaríamos reféns de nossos próprios desejos escondidos.

Que as amizades criariam suas próprias histórias.

Alguns seriam levados ao Futuro, alguns ficariam pelo caminho.

O Presente era a felicidade e o que veria adiante nunca soubemos

E nunca nos preocupávamos com isto.

Os dias passaram, os meses, os anos.

E hoje olhamos as fotos amareladas, as conversas tardias e onde estamos?

No futuro daqueles tempos

Havia amor e inocência que nos fazia acreditar nas pessoas

Estávamos enganados ou éramos protegidos por Anjos?

Hoje tentamos voar na liberdade de nossos pensamentos

Queremos ir adiante, mas sempre olhamos para traz.

Como se o passado nos permitisse esta liberdade para voar ao infinito

Amores da infância eu queria tanto gritar por Ti.

Mas estás tão longe envolta em brumas do anoitecer

Em neblinas das madrugadas, sussurros das vozes amigas trazidas pelo vento.

Minha doce infância porque permitiu a minha partida?

Éramos tão doces, tão amigos, levados pela cintura ao alto das copas das árvores.

Nossos pés encardidos corriam soltos por sobre os pântanos

À beira dos rios em direção aos arrozais cacheados de centelhas

Douradas.

Vida, vida, porque nos mantém refém destes momentos de encantamentos?

E porque esta moldura feita de estrelas?

Como entender que os sóis se poriam tanto e tanto nos afastaríamos do passado?

Que fossemos sempre crianças na busca de um brinquedo novo

Ou que nossos gritos de alegria ainda fossem ouvidos entre estes arranha-céus.

Nossas lembranças dão brilho aos olhares de nossos avós

Dão Sons as vozes de nossos amigos

Agigantam nossos corações

Tornam arfante nossa respiração na busca daqueles amores, amores, amores.

Vida, Vida

Tu me deixaste crescer para ver estas paredes gélidas.

As pessoas correndo para o nada, as conversas vazias,

A violência dentro de nossos lares em tecnologia avançada

As mortes por motivos fúteis, as desgraças cada vez mais perto.

Melhor que o Amor nos levasse com ele quando ainda está conosco.

Robertson
Enviado por Robertson em 19/03/2016
Reeditado em 19/03/2016
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