O verde nunca descolorirá

Algo bom

Realmente bom?

Ou somente bom?

Não saberei se não provar,

Se não deixar entrar,

Pelos lábios rosados,

Onde a linguá irá definir o que é,

O que será,

E o coração irá pulsar o quanto quer.

Pobre coração,

Que não se sustenta com um simples paladar,

Um toque, um tum...

E depois?

Quando o desejo se findar,

E o gosto desaparecer,

O que será dos meus lábios?

O que será da minha simples pulsação,

Que pulsa,

Expulsa,

Contém,

Sustém,

E por fim,

Vira refém de todo esse sabor.

Por que saíste de mim, assim sem ao menos fechar a porta?

Por que foste tão bruto ao usar meu toque,

Ao me deixar esperando,

Mal sabia eu que seria a última vez que sentiria teu sabor,

O qual me manteve viciada por tempos,

Por longas noites que meus olhos viajaram nos teus,

Assim pude conhecer lugares para deixar a alma em paz;

Mas você os retirou de mim,

Colocou seu ponto final,

Sem ao menos me deixar dizer adeus.

Estais agora num caminho tão longe dos meus passos,

Meus pés não te alcançam mais,

Minhas mãos foram soltas pelas suas,

Na velocidade de um piscar de olhos,

E quando voltei a enxergar,

Já não estava mais aqui.

Mais uma vez se foi,

Meu doce sabor,

Minha única dose de amor,

Mas não será eterna sua partida,

Seus passos pertencem aos meus caminhos,

Porque chegarás no tão esperado lar,

Voltarás para o calor dos meus abraços,

Sentirás saudades da união do nosso sabor,

Uma mistura de doce e pimenta,

Não resistirás ao ver meus cílios dançarem ao te ver

Tão gloriosa imagem é te olhar

Uma divindade para meus olhos,

É como a música que toca quando nossos sabores se juntam

Infinita música,

Melodia que movimenta nossas almas,

Que não dormem,

Não descansam,

Não desistem.

Assim como a deixou,

Esta porta permanecerá aberta;

E quando retornar ao seu lar,

Não repare na bagunça,

Mas a ordem só existirá quando este pulsar,

Este dançar,

Este provar,

Estiver completo, novamente.