Marcas do Tempo.
Daí você arranca com fúria o fio branco que brota no peito como se quisesse arrancar o próprio processo de envelhecimento...
Corre no espelho e trava com ele uma batalha reflexiva sobre o tempo...
E o quebra como se quebrasse o problema...
E teima com os ponteiros do relógio que andam cada vez mais rápidos...
E culpa a nova marca de pilhas que lançaram no mercado...
Lembra do vento balançando os cabelos e olha para o céu como se os visse flutuando...
Vê os homens com crepúsculo nos olhares esperando a hora marcada no ponto dos ônibus azuis...
O passado fica tão longe que percorre-lo, a certa altura, pode ser tarde demais...
Os passos lentos vão caminhando num compasso arrastado, não querendo ir...
A mente fria e os problemas dos jornais frívolos...
Dormir muito não é mais interessante como antes...
Acordar cedo e ver o dia é a alegria do momento...
As picuinhas, mesquinharias, aporrinhamentos, se tornam motivos de um riso interno, de quem sabe que daqui ninguém leva nada...
Estamos sempre aprendendo...
Sempre aprendendo...