Marcas do Tempo.

Daí você arranca com fúria o fio branco que brota no peito como se quisesse arrancar o próprio processo de envelhecimento...

Corre no espelho e trava com ele uma batalha reflexiva sobre o tempo...

E o quebra como se quebrasse o problema...

E teima com os ponteiros do relógio que andam cada vez mais rápidos...

E culpa a nova marca de pilhas que lançaram no mercado...

Lembra do vento balançando os cabelos e olha para o céu como se os visse flutuando...

Vê os homens com crepúsculo nos olhares esperando a hora marcada no ponto dos ônibus azuis...

O passado fica tão longe que percorre-lo, a certa altura, pode ser tarde demais...

Os passos lentos vão caminhando num compasso arrastado, não querendo ir...

A mente fria e os problemas dos jornais frívolos...

Dormir muito não é mais interessante como antes...

Acordar cedo e ver o dia é a alegria do momento...

As picuinhas, mesquinharias, aporrinhamentos, se tornam motivos de um riso interno, de quem sabe que daqui ninguém leva nada...

Estamos sempre aprendendo...

Sempre aprendendo...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 13/02/2016
Código do texto: T5542104
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