Sozinhes

O ser humano é um ser implicitamente só.Explicitamente só.Sempre só.Muitas vezes cercado de outros seres por todos os lados.Mas só.A solidão é inerente ao ser.A sozinhez também.

Você é só e precisa disso.Para pensar. E repensar. É você e você.Contra ou a favor.Lutando para se erguer.Ou se deixando levar pela correnteza. Correnteza das lágrimas. As vezes você aguenta firme. Outras não. Aí você grita. Mas de tanto calar sua voz não sai.A longa sozinhez impede o grito. O eco. Então você grita de novo.E ninguém escuta. Ninguém responde.Todos estão longe. Vivendo suas vidas. Vivendo sua própria solidão. Ou não.Só porque você está só e quer gritar e ninguém escuta não quer dizer nada. Nada sobre os outros. Estamos falando de você. Que se fecha cada vez mais.Se esconde na sua concha.Fecha a porta e a janela. Fica no escuro. Sózinha. E resolve nem gritar mais. Gritar para que?O silêncio é a resposta.Sempre. Só resta então calar. E sonhar.Sonhar sempre. O sonho é o refúgio dos loucos. Dos apaixonados. Dos desesperançados. Com o sonho se vai longe. Se vai até o impossível, alguém já disse. Até o pote na beira do arco-íris. Até o paraíso. Onde então enfim não existem lágrimas. Só gotas de mel. E solidão? Solidão nunca mais.

22/03/2014

Mô Schnepfleitne