A MEU PAI
A meu pai
Diante dos teus escritos meus olhos petrificam.
Achei-me no direito de absorver tua natureza, em vão
pois ela é tua, e tua se faz inigualável
Tive a ousadia de furtar as palavras que te vi rabiscando , mas ela são tuas
Te busquei então!
Nas lembranças da menina pequena
pedindo colo
que nunca veio
Na memoria doída, daquele aperto de mão, que nunca senti
E do beijo paterno , que nunca existiu,
E te busco incansavelmente.
Encontro-te nas palavras que ti vi rabiscar
E vejo tua mão, acetinada
grafitando sonhos
Tua sensibilidade à mostra, lutando com o grotesco mundo, dentro de ti.
Fui pequena diante de ti,
Fui frágil, quebrável e,
calei minhas dores,
Perdoei as faltas, falhas
e dessabores.
Hoje...
Sinto tua ausência
Sinto teu silencio
Sinto teu amor.