Palavras Minhas
Palavras
O que posso eu fazer, se tudo o que está neste mundo me faz escrever?
Danço em mim, rodopio e navego.
Sinto tanto e nada se percebe?
Viajo com o passarinho pequenino,
que assobia nos meus ouvidos,
e sonho embalada com o som das ondas, azuis, verdes e por agora amarronzadas.
Aquele que chora e que se alegra me inspira.
O que grita e alveja.
O que se cala e o que foi calado.
O que não ama e fere,
Não sente e mata,
O que ama e se mata
Enche-me de horrores e de palavras.
Palavras são sonhos?
Não meu caro, palavras são sons.
da alma
do desejo
que não se apagam em mim
e nem me borra a maquiagem
Mas, cala.
E trava guerra dentro de ti e deles.
Que enche o poço da solidão,
que abre corações
e enjaula o indiferente.
Cura o doente.
Ilumina a cegueira
São minhas,
são tuas por que as vê,
as sente,
Mesmo quando mente
Fingindo não querer!
Elza Pena