Solidão; Auto Biografia sem fatos

Autobiografia sem fatos da solidão

É uma vontade de não fazer nada; uma solidão sem motivos

Abraço o travesseiro.

Um respirar mecânico. Faço-o com mais força para sentir-me vivo. A vida entra e sai dos pulmões, o coração bate, mas é só isso, é tudo muito simples e é um quarto vazio. Alma vaga silêncio.

É um vasculhar a mente em busca de se achar ou se perder ou de encontrar alguém.

E antes de achar alguém acho um lugar, vazio.

Brilha como se estivesse olhando o céu escuro a noite. Como se eu estivesse no interior de uma esfera negra e como no céu, tem estrelas por todos os lados.

Saio de lá pra outros cantos; imaginar gente. De repente me pego imaginando outro alguém. Pensando se pode existir. Desejando profundamente que ela nao seja apenas fruto da minha imaginação.

Imaginando dentro do meu imaginar que, se essa pessoa existir, certamente ela está né imaginando também.

"No desalinho triste das minhas emoções confusas"

"A solidão desola-me; a companhia oprime-me. A presença de outra pessoa desencaminha-me os pensamentos; sonho a sua presença com uma distração especial, que toda a minha atenção analítica não consegue definir"

Os textos entre aspas são de autoria de Bernardo Soares