Poesia em prato

Poesia em prato.

O poeta pediu uma poesia de prato,

era barato,

enchia a barriga,

e pra viajem sobraria.

O poeta levou a poesia embalada,

enquanto caminhava

procurava um ato

pra levar a poesia de prato

até o senhor da esquina.

Aquele,cheirava a sapato importado,

com um charuto arrogante,

e olhar afastado.

O poeta seguiu até ele,

com uma humilde intenção

estendeu suas mãos,

com a poesia embalada,

esperando que fosse gratificada.

O senhor do sapato,

com desprezo exportado,

mal o olhou,

disse que de poesia ele não vivia,

os versos não compram seus charutos

e muito menos o ar que respira.

Que estava atrasado para a reunião com a consultoria.

Com simplicidade,disse o poeta:

-Mal sabe o senhor,do sapato importado,

que suas palavras,quando faladas,

pedem licença pra poesia.

Seu dinheiro consultado,calculado,

não lhe alimenta como este prato alimentou minha barriga.

A arrogância lhe cega,

poluindo todo o ar que tu respira!

E lá se foi o poeta,

procurando uma barriga vazia,

que receberia muito bem

a humilde poesia!

Flávia Borges
Enviado por Flávia Borges em 15/09/2015
Código do texto: T5382895
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