(Meia) Palavra

Pouca para muitos

Muito para poucos

O que domina, meia basta

O que alucina, dela se afasta

Morde a ferida

Aos sentimentos se faz guarida

Ultrapassa asilos

Não enxerga muros

Brinca com a verdade

Modela a vontade

Daquele que se debruça sobre o tempo

Que se move de encontro ao rebento

Que tempos, que ventos... ora, que momentos

Só palavras descrevem os proventos

Mistificam segredos

Modelam os pensamentos, materializam os sentidos

Este veículo escolhe seu rumo

Pesa como chumbo

Os ratos continuam espreitando

A febre do momento, um bando

Mais do que significa, pode abonar

Um mero provinciano ao patamar

Um rico, um crédulo, mais um atingido

Com um tiro de festim, outro esquecido

Matilha que segue solta

Motim que sobra na moita

Matriz que gera aprendiz

Alfabetizado ao cuspe e giz

Os conceitos ensinados, se for considerar

São desafortunados, um bilhar

Os que são afetuosos ao usurpar

Se tornam pescadores humildes, meu sonhar

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 11/08/2015
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T5342978
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