(Meia) Palavra
Pouca para muitos
Muito para poucos
O que domina, meia basta
O que alucina, dela se afasta
Morde a ferida
Aos sentimentos se faz guarida
Ultrapassa asilos
Não enxerga muros
Brinca com a verdade
Modela a vontade
Daquele que se debruça sobre o tempo
Que se move de encontro ao rebento
Que tempos, que ventos... ora, que momentos
Só palavras descrevem os proventos
Mistificam segredos
Modelam os pensamentos, materializam os sentidos
Este veículo escolhe seu rumo
Pesa como chumbo
Os ratos continuam espreitando
A febre do momento, um bando
Mais do que significa, pode abonar
Um mero provinciano ao patamar
Um rico, um crédulo, mais um atingido
Com um tiro de festim, outro esquecido
Matilha que segue solta
Motim que sobra na moita
Matriz que gera aprendiz
Alfabetizado ao cuspe e giz
Os conceitos ensinados, se for considerar
São desafortunados, um bilhar
Os que são afetuosos ao usurpar
Se tornam pescadores humildes, meu sonhar