À Moça

Já escrevi poemas à moças cuja pele deus havia salpicado canela, mas esta era especialmente singular. Tinha uma mistura de leite com canela que me agradava muito. Como um capuccino, creio eu. Também tinha uma cabeleira exuberante, porem singela. Especialmente a cabeleira, era grande e volumosa, numa cor bonita que eu não sei definir bem. Na ocasião usava um vestido colorido e batom vermelho. Meu deus que batom vermelho! Como dizem: ela é daquelas mulheres cuja beleza não permite que apreciemos partes isoladas do corpo. Ela tem que ser admirada por inteiro.

Me aproximei dela e perguntei:

- Você é amante de alguma das artes? Digo, é artista?

- Faço poesia. - ela respondeu.