Tão cedo

Passo pela estrada que caminhamos juntos

E já não há caminho.

As flores que antes desabrochavam em alegria e beleza

Cantam melancolicamente as suas tristezas.

Caem pétalas de dor

Caem lágrimas em desamor

Caem folhas sem vida

Caem pesadamente contra o chão

Sem esperança e sem cor.

Os bem-te-vis não voltaram para me abraçar

As árvores não balançam a cantar

Compondo a nossa canção de ninar.

O que restaram das nossas promessas?

Palavras para o vendaval nos arrancar?

O céu parece se distanciar

As nuvens estão carregadas

E os semblantes cansados das pessoas

Me faz cair solitariamente em desalento

Num entorpecimento lúcido

Onde só há vontade de me deitar e chorar.

Ninguém disse que seria para sempre

Ninguém disse que tudo tão cedo iria logo se acabar.