DIÁRIO DE UM BEBADO
DOIS HOMENS
SE ENCONTRAM EM UMA ESQUINA
E PASSAM A LEMBRAR
DE SUAS PRÓPRIAS HISTORIAS
GUARDADAS EM SUAS MEMORIAS
DE BOTECO A BOTECO
tenha pressa seu moco
abra de uma vez
esta joça
por que nos precisa rebater
de ontem aquela maldita pinga
faz favor
encha logo este copo
que eu preciso logo
de ver se vejo
do outro lado mais
pendura no prego
mais alto porque
eu não tenho pra pagar agora
mais não esqueça
o cigarro sorto
e pra mode
eu pita mais tarde
se eu puder
e tiver dinheiro
venho aqui pra pagar primeiro
porem seu moço
me desculpa um pouco
este mal jeito
mais ponha a saideira
do jeitinho da primeira
que eu vou trabalha
o dia inteiro
ao sair do boteco
andou cem metros
parou na esquina
pensou pra aonde iria
com a total amnesia
e se tivesse pra onde ir
gá mais teria
tanta pressa
e resolvendo sair
no primeiro passo
deu uma topada
arrotando a mar dita
deu mais um passo a frente
a segurar na velha arvore
e de repente deu tenção
ao retorno
mexeu com a janta já vencida
e o cafe
a dar ate desgosto
sempre arrependido
da triste vida
a clamar a todos santos
da pinga a amarela
a tingida
prometeu parar de tudo
mais depois de um retorno
adeus lembranças
margarida
resolveu ir ao boteco
lavar a boca outra vez
pra tirar o mal gosto
chegou a porta do boteco
ensaiou outra vez
deu a volta no passado
analisou
entrou no estabelecimento
colocou a mão
no bolso
e puxou os documentos
bateu a mão
no balcão
e disse eu quero outra
de copo cheio de novo
e o dono
do boteco
perguntou tem dinheiro
e aquele homem
reponde.....quando eu voltar ....eu juro que pago....
mais o dono do boteco
resolveu dar um freio
abrir só pra fiado
falido eu to feio e frito
mais sirvo
outro copo cheio
mais não por ignorância
cheio pra se ver livre
de mais uma encrenca
fechou ate a cara
pedi-o a deus paciência
e disse
caro amigo
bebo não sinhô
vendo por necessidade
a paciência e uma nobre virtude
mais não se acha
nesta sua qualidade
mais fiado não
por deus tenha piedade
fecho se for por luto
mais perco o fregues velhaco
mais ganho um bom amigo
mais não levo
pra casa
pós não arredo o pê
do balção nem que seja
meu próprio irmão
pós sou patrão
do meu próprio trabalho
e pra final de estoria
bebeu justo não e mais esta
de fato consumado
esta por mim
perdoado