O Mar e Ele
Tenho o mar imenso nesse corpo miudo e frágil.
As ondas me desaguam.
O sal me deixa seca, áspera.
Perco o rumo.
Mergulho profundo.
Sangro pra ser mais forte e me uno aos seres todos que habitam em mim. O seio aponta o caminho.
Dói quando sabe.
Endurece quando prevê o improvável.
Sou oceânia.
Sou ânima.
Sou mulher estranha.
Amor que banha.
Água em todos os estados.
Mas que se alegra quando se derrama em chuva. Que toca o moço morno.
Que na praia lembra com saudade da moça que deixou no rio.
Senti o calafrio.
E o cansaço de um vida.
outono de 2015