ENTRE O TUDO E O NADA

Nada de concreto,

Pouco objeto,

Excessos abjetos.

Muita propaganda,

Fila que não anda,

Povo que desanda.

Anda desarmado,

Homem mal amado,

Homem desalmado.

Filhos esquecidos,

Filmes proibidos,

Lar obscurecido.

Lento caminhar,

Jeito de falar,

Por que se calar?

Muita correria,

De noite e de dia,

Promessa vazia.

Público aplaude,

Violência que invade,

Atitude de selvagem.

Chega fim de ano,

Sou vestibulando,

Desvestido, burlando.

Livros e cadernos,

Me tire desse inferno,

Preciso de inverno.

Chega o fim da linha,

Tenho o que não tinha,

Ela não é minha.

Quero tudo de volta,

Quero abrir a porta,

Quero a resposta.

Salve-me, quem puder!

Salve-se, se puder.

Salve, salve, onde estiver...