" O azul não existe..."

Quando abri meus olhos hoje, percebi algo diferente, algo estranho não consegui ver luz alguma, muito menos o agnóstico e lastimável interruptor. Será que alguém desligou o mundo? Pensei...digital e logicamente. Tentei mais uma vez e nada, nenhuma luz, nenhum eco, ninguém. Percebi então que estava só, eu vezes eu e o silêncio, percebi também que não precisava mais de portas nem janelas... percebi que não havia mais dor. Nesse instante em fração de segundos como fragmentos de memória, lembrei de um trem devorando trilhos em alta velocidade, sem saber que no fim do túnel num cruzamento havia um Opala 78 impecável, “friamente parado” e com um cara ainda com um som da noite na mente, dormindo... esperando ajuda, auxilio que não teria tempo de chegar e não chegou. São Paulo 15 de Setembro 1978 05:40 am trauma craniano expressivo, falência múltipla dos órgãos, quadro irreversível, estou inerte, impassível à vida e aqui não é “azul”.

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 24/09/2014
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