Eu e a formiga ( releitura)

Eu e a formiga

Estou só?...Nem tanto.

O silêncio toma conta do aposento.

O vento parou, a chuva cessou, não há latido de cães.

Há, apenas, o tic-tac do relógio.

Escuto o som do silêncio ou será o ar em movimento?

Perto, na cama ao lado, como uma criança que não sabe das desordens no mundo: uma sombra do que foi, adormece tranqüilamente..

Sob a luz do abajur tento escrever.

Passa pelo chão uma formiga... Segue sem rumo num vai e vem desordenado. Eu poderia matá-la. Mas não o farei. Respeito o que aprendi: - “Que cada um cumpra seu ofício, conforme sua natureza.”.

A formiga, assim como eu, cumpre sua missão.

Gosto deste momento de “solidão": quando o espírito aflora e vagueia em minha mente, levando-me a mergulhar em mares profundos.

Não tenho medo desses mares. Mergulho fundo. Descubro que sou muito mais do que este navio frágil e carcomido pelo tempo.

Se ás vezes falta ânimo, é porque me desgoverno e caminho sem rumo... Como aquela formiga.

Quando me adapto a realidade e aceito meus limites: consigo reencontrar o equilíbrio. Aí... o entusiasmo surge no que a vida me oferece.

Entre o homem e a borboleta ( ou formiga) existe, por força, uma distinção. A transição talvez seja o nivelamento de todas as coisas. (Chuang Tsu)

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Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 20/09/2014
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