Ultimos suspiros de uma noite atribulada.

A noite é escura, cheia de sombras... tão fria que os ossos parecem ranger. Com toda essa imensa intensidade, a noite também é reveladora.

Perfumada pelas flores de dama da noite.

Mostra à luz da lua com uma radiante força, o ser humano descoberto em sua nova face... a de uma fera voraz!

Que habita dentro do seu peito faminto.

Chuva fresca, bate na janela de vidro... os relâmpagos iluminam um quarto e denunciam o cadáver.

Um corpo estirado em meio ao carpete!

Quem é o cadáver? Quem o matou?

Isso é um mistério, que se faz após o assassino sair do quarto do hotel.

Sangue rubro batiza a cena do crime e a única testemunha a se apresentar... é o silêncio eterno.

Relógio, Óh! Senhor relógio...

Pode voltar alguns segundos para que essa pobre vítima possa correr de seu destino?

A resposta é negativa, com seu ponteiro seguindo em frente... sempre em frente.

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac

Esse barulho torna-se torturador ao mesmo tempo cicatriza as marcas da pura violência.

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac

O cadáver solitário, aos poucos esfria a sua carne, por causa do vento frio que entra pela janela.

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac

Tic- tac.