Música em mim

Gosto de caminhar ouvindo música, mas em vez de fones de ouvido, deixo que elas ecoem e fluam pela mente e corpo.

Gosto de incorporar trilhas à minha própria trilha e já me perguntei o quanto isso denuncia minha loucura quando, por exemplo em uma batida mais forte, apresso os passos e em outras, a sensação é de voar quase tocando os céus.

Pergunto-me também que lugares foram aqueles que visitei e não pude voltar, não por falta de vontade e sim porque simplesmente não sei mais o caminho. Percebo que me foram mostrados uma única vez e por alguma razão não fui esperta o suficiente para compreender no momento.

E os amores? Estiveram comigo enquanto outros caminhantes apenas conseguiam me enxergar só. Não sabiam o quanto estava povoada de rostos traçados em minha alma e com direito à própria faixa rítmica.

Algumas vezes fui melodia e outras apenas melodramática.

Fui também o encontro de todos os sons ou a ausência total deles.

Uma canção cuja letra se recria o tempo todo afastando a possibilidade de um ponto final.