Intrínseco

Gosto do meu domínio de mundo?

A pergunta me vem enquanto o seguro em mãos vacilantes que não prendem e não se deixam prender.

Seguro assim para não me abarrotar de confiança ou mesmo me deixar cegar por certezas. Elas são erráticas como alguns caminhos.

A temporalidade é enganosa e se por um lado vivo, também me permito morrer alguns momentos por dia.

Morro de raiva, de estresse e de indignação. Morro de afeto, de encantamento e de amor.

Morro de medo. Morro de coragem.

Morro fascinada. Morro abismada.

Deslizo no balanço da eternidade e de repente não existo nem por um segundo.

Observo com estranheza qualquer tipo de vazio, não os aceito.

Preencho os espaços com o que entra pelos olhos acompanhando as mudanças das paisagens de forma atuante, nem expectadora, muito menos expectativa.

Meus passos são desordenados como as batidas do meu coração. Meu estômago se contrai reclamando sua fome de tudo que ainda não experimentou.

Os sentidos se aguçam afastando os sentimentos para se guiar pelos instintos. Um animal farejando seu ambiente.

Prossigo desfiando e desafiando a sorte, encarando um norte que espera por mim.