Enamorados

Lua no céu, banco de praça, olhar, olhares, amor, amores, amado, amada. Cobertor de estrelas! Os namorados se beijam apaixonadamente. O calor espanta o frio e aquece as partes íntimas enrijecidas. Selinho molhado. Uivo de cães. Ninguém está olhando e a mão vagueia sem mapa. Planisférios, hemisférios, meridiano de grenwich, norte, sul, leste, oeste, estão perdidos no momento, tão Precioso! Ninguém vê nada, menos mal. Noite cúmplice. Namorados ferozes, paixão, apaixonados! Brisa leve, carinho no rosto. Noite criança, travessa, coberta que acoberta os sentimentos. Mais beijo. Um eu te amo discreto, um afago terno e simplista, sorriso minimalista, malícias! Sugere algo? Não? Me beija de novo? Morde meu pescoço, diz que me deseja, de leve pra não doer, acende o prazer, selinho de novo, estalo, disparo, bala doce na boca, dispara meu coração, compasso, canção, orquestra, sol, nota, os corpos dançam um ritmo desconhecido, erótico, vulgar não, menos ainda pornográfico, erótico mesmo. Na esquina, um estranho! Sorrateiro, surge rapidamente na rua de paralelepípedos. As línguas se enroscam num nó com o palavrão. Os cães ladram . Ladrões se desesperam. Ecoam tiros. A vizinhança acorda. Podem ver! Quem se importa? Continua vai, aperta esse músculo que lateja. Amanhã levo rosas, toc-toc na porta, terno, gravata, sapatos sociais, sogro, sogra, antes que falem, que o fuxico se espalhe, peço sua mão em casamento e pronto, resolvido o problema. Namorados oficiais!

Héryton Machado Barbosa
Enviado por Héryton Machado Barbosa em 20/06/2014
Reeditado em 21/08/2014
Código do texto: T4851448
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