Considerações Finais

Depressão,

Peço-lhe licença poética pra dizer, obrigado! Apesar de tudo. Obrigado mesmo. Nesse ínterim conheci alguns fulanos, alguns amigos, alguns ciclanos e companheiros, alguns beltranos e mestres de cabeceira.

Machado me ensinou a ter orgulho do meu sobrenome e Assis, uma extensão de Machado, me ensinou bruxaria com as palavras que tornam-se mágicas e ou encantadas se proferidas ou organizadas da maneira certa, além de me tornar gladiador portando o Machado como arma e então, perto desse coração selvagem, Clarice me ensinou oração, e Cecília... A observar os Motivos, torna-los congruentes ao invés de vãos! Olavo me inspirou a exercer o Lácio e mesmo que me faltasse o ócio, meus ossos impregnados até a medula de dor e poesia, firmavam minha carcaça abatida sempre ao raiar do dia. Hoje Minh ‘alma escreve sem pedir licença e isso me lembra de que Drummond me ajudou a entender melhor as coisas através das dúvidas de José e especulações em torno da palavra homem de uma maneira tão irreverente quanto Leminski usa acrósticos e parangolés em sua lírica. Eu, aéreo que sou custei a perceber que estou mais uma vez por um fio de navalha de me afogar no Mar Morto do Jorge Amado. Inda bem que por um acaso Gideão passava do lado e me resgatou em sua Nau que seguiu ao som do apito de Quintana chamando os mortos, as prostituas e os anjos e me atiçando a consciência. Atônito eu peço desculpas aos fulanos, ciclanos, beltranos, amigos, companheiros e mestres de cabeceira. É que depressão é passageira e tô precisando sair do quarto e me embebedar um pouco de gole mesmo, álcool etílico misturado no levedo de uma gelada, em qualquer banco de praça. Lanchonete também serve! O caso é ficar atoa, isso é o que o corpo pede e a Minh ‘alma consente experiênciar, pra criar neologismos, pra fugir deste lugar, inventar outro poeta, outro alienígena, outro defunto famoso de um dia, que fez algo mais da vida que não fosse vegetar.