"POESIA ENCARDIDA"

A poesia de repente se apavora,

como diva, fica cheia de não me toques,

ou se esconde e fica à espreita.

Implorada, não volta, desconversa.

Fica apática, sonolenta.

E se cala. amua-se em sua solidão.

De repente, sem ser chamada,

quando menos se espera,

no trabalho, no sono, ela retorna.

Chega encardida, desconcertada,

mas nunca arrependida.

Se não a pego pelo colarinho,

ela foge,

rebelde, não volta mais.