Sobre o amor e a paixão
Confesso que ainda não consegui definir o que seria o amor ou a paixão. Se são iguais ou diferentes, não sei. Se estes sentimentos forem realmente diferentes, e então, entrarem em nossos corpos por acessos opostos, só posso imaginar que de qualquer forma, fazem trilha pela circulação, bem dentro das veias, no sangue. Não tem como, vão sempre se misturando por esse caminho, e juntos, vão dar como seta certeira no coração. Então, se me confundo ainda, tentando identificar uma coisa ou outra, me permitirei ter as artérias de poeta expostas, e a tinta que correrá pelas linhas de um poema ou outro, será o sangue da paixão ou do amor, ou ainda, apenas da sensação, do unicamente imaginado. E o que revelo, através do que escrevo sobre o amor e a paixão, revela, como amo e como me apaixono. E quando acredito que não sei amar ou me apaixonar, invento. Repito, não sei o que é o amor. Não sei o que é a paixão. Não sei se sei amar, ou me apaixonar. Só sei que quando escrevo, o papel onde escrevo é um bom leito, uma cama quente, onde as palavras, às vezes, querem amanhecer fazendo amor, ou cedo adormecerem abraçadas...
Engraçado... as palavras, que são quem dizem tudo, que sabem todos os sinônimos, todos os substantivos e adjetivos, nem elas que são minhas amigas, conseguem me dizer o que é o amor, o que é a paixão...Então, faço delas o que acredito ser o seu desejo; misturo tudo, não traduzo, só tento. Assim, viveremos assim, eternos amigos e amantes, tentando. Através de um novo poema, tentando...
NOTA: período 2002 - 2008