O Dilema do Dracula.

Dilema do Drácula.

Em meu profano sepulcro, permaneço em minha fúnebre tormenta aguardando o fim dos tempos, minha sina. Em tuas vidas busco minha paz, sou o rei do tempo, evocando a tempestade, não à minha vontade, cedendo a meus desejos.

A besta, foram vocês que me tornaram, sou aquele quem nunca desejou dom ou maldição. Minha paz a tanto tempo foi roubada, meus sentimentos triturados em seu turbilhão, alimentaram-me com seu desprezo, entretanto fui eu quem continuou.

O rei do tempo, a assistir a sua queda em meu trono de rancor em nome de todo meu amor. A luz negra de minha alma queima os velhos sentimentos como combustível. O vazio repleto o brilho invertido.

Apenas pagando o preço; sou o culpado de tudo, o príncipe sombrio a sentar sob a luz da lua, caçoando do brilho do sol. Meu erro, sim! Foi intensamente amar.

Me destes um paraíso apenas para no fim, ao mais profundo inferno encerrar, mas eu voltei, tão forte como nunca, completo em mim mesmo. Nunca desejei dom ou maldição; só o que me destes foi toda sua dor.

Por toda eternidade te amando, por toda eternidade te odiando. E quando os mundos se tornarem pó, existirei apenas eu, na maldição que me entregaste. No abraço gélido do vazio sideral, eu vou esperar, amar e odiar.

Serei teu demônio mais desprezado, a vítima de teu delírio, tua mentira, nas sombras a assistir sua dor. Serei teu Drácula, me odeie, me alimente com teu desprezo.

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 26/02/2014
Código do texto: T4707442
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