Lata
Feito de lata
Perdido na mata
Mordida que mata
Ao me ver perdido
Fico atrevido
Sem medo do bandido
Minha vida é tua
Ao te ver nua
Me encontro na grua
A veracidade dos fatos
Convive com os ratos
Nada de sujo, apenas os rastros
Estas vendas
Que apenas cobrem as fendas
Poeiras, apenas resíduos, advindas das moendas
O que te faz leve
É simplesmente a neve
Do calor que nos torna breve
Qual o motivo do pensar
Já que o mote vem do olhar
Minta que não gosta do penar
Molhe tua boca com lágrimas
Esfregue tuas mãos com páginas
Dos escritos que tu não imaginas
Que morra a felicidade
Para que se confisque a idade
Dos que não possuem autoridade
O governo de si, poucos se apoderam
Muitos se preponderam
E os sujos se liberam
A armadura que vestimos
Serve para suínos
Expõe o que pouco possuímos