Lata

Feito de lata

Perdido na mata

Mordida que mata

Ao me ver perdido

Fico atrevido

Sem medo do bandido

Minha vida é tua

Ao te ver nua

Me encontro na grua

A veracidade dos fatos

Convive com os ratos

Nada de sujo, apenas os rastros

Estas vendas

Que apenas cobrem as fendas

Poeiras, apenas resíduos, advindas das moendas

O que te faz leve

É simplesmente a neve

Do calor que nos torna breve

Qual o motivo do pensar

Já que o mote vem do olhar

Minta que não gosta do penar

Molhe tua boca com lágrimas

Esfregue tuas mãos com páginas

Dos escritos que tu não imaginas

Que morra a felicidade

Para que se confisque a idade

Dos que não possuem autoridade

O governo de si, poucos se apoderam

Muitos se preponderam

E os sujos se liberam

A armadura que vestimos

Serve para suínos

Expõe o que pouco possuímos

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 14/12/2013
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T4611240
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