Ao Vento
Uma fotografia não me basta.
Seu olhar profundo, à distância, muito menos.
Quero aquele prometido e demorado abraço estreito,
riso solto, junto a mim, sorriso colado ao meu peito.
Que silêncio é este meu Deus?
Quero ver você agora, colar seus lábios aos meus.
Quanta distância, quanto frio!
O calor do sol me espera,
Em água quente vai se transformar, este gelo do seu rio.
De frente para o micro meu
Tem uma pessoa que ama.
Ela olha este único e calmo semblante seu,
E com tristeza conclui, que desse jeito não é amor.
Sem você, aqui agora, este nobre sentimento se transforma e vira dor.
Um complemento incompleto, um querer descontrolado.
Um, sem porque, sem contato.
Um avançar recuado; entre nós dois um vazio.
Olhando daqui - um vão - ou melhor dizendo, uma erosão,
Um abismo, só buraco.
Escuridão e desabafo.