Teu fantoche
Estamos em pleno Oriente. Tuas mãos me conduzem pelas ruas estreitas. Teus olhos são únicos a enxergar o caminho. E me levas pela escuridão dos becos. Manipulas meu corpo e aprisiona-me o espírito. Sou um fantoche entre teus dedos. Levas-me ao céu e faz-me passear por entre as nuvens. Traze-me ao chão e soterra-me até sufocar. Não é um sonho; é real. Não há ninguém além de ti a me condizir, seduzir e sufocar. Sou tua presa fácil pelo coração. Tuas promessas vãs, teu silêncio frio e misterioso me dão mostras de quem és. Quero acordar e não consigo, porque não há sono, só noite. Feito escravo sirvo a tua escuridão e ela me dilacera o peito. Não posso fugir, estou em tuas mãos cruéis. Sou-te a marionete que sonhaste e que prendeste dentro desse sonho.