VELEJAR

Havia o tempo que ao leve toque de brisa velejava,
mas como as velas mover com tão pouco vento?
Mero detalhe à imaginação que livremente veleja,
livre a mente em velejar sem medo e sem tempo.
Tento evitar, mas elas continuam a surgir,
se juntam, enfileirando-se constantemente.
Assim são as palavras que vertem,
pensamentos ao longe soam como um eco em minha mente.
Bramir, gritar ou urrar preciso,
já que não consigo o simples falar,
tão simplesmente dizer o meu pensar.
Tão pura inocência de outrora,
lembrança tão leve de aventuras que não contidas fácil fluíam.
Pequenas ambições, ligeiras aflições, simples emoções.
Infância onde tudo pode,...onde pode tudo.
Onde tampa de lata é escudo ou timão,
graveto retinho é lança ou arpão,
medo só do escuro e do bicho papão.
Saudade da inocência e da infância;
Saudade da criança e da lembrança;
Saudade da vida, da brisa... e do velejar!