O DIÁLOGO SOBRE O RISO

Certa vez o Poeta encontrou um Palhaço, e eles começaram a tecer um dialogo sobre o riso:

Poeta- Como é que nasce o riso? Como uma invenção? Sendo que entre as coisas humanas é o que fornece a capacidade de poder expressar o prazer por elevadas sensações de escutas do mundo das imagens que possam embriagar e que nos convidam na alma para beber de sua loucura.

Palhaço- O riso é uma arma contra os moralistas. Ele nasce de um estado de confusão. Mais há reis, que se fazem loucos para não serem vistos nus. Os poetas não conhecem o riso, mais mesmo assim eles

escrevem de forma lúdica, o que são capazes de escutarem, pelas coisas que os outros não procuravam conhecerem ou não tinha tempo de acessá-las em suas imaginações.

Poeta- Os palhaços se digam vistos como seres que fazem do riso uma subversão, exprimem uma debochada inadequação de uma moral jocosa, que eles tornam a transgredirem com uma certa incongruência, repleta de suas insubordinações para com o gosto do politicamente correto, que acredita que algumas coisas não podem serem faladas, enquanto ideias que podem desfazer uma harmonia na alma .

Palhaço- O riso não só possibilita o gozo de de si mesmo, mais como o gozar dos outros. Por isso excita tanto os corpos, tomados de um erotismo envolvente que se difunde na benção dos prazeres mais intensos, onde o medo se desloca para áreas adormecidas da imaginação, que se propaga pelos nervos todas as gargalhadas, criando esquecimentos no sonhar do corpo.

Poeta- Mais o corpo não só expressa toda fonte das pulsões, como conduz o mundo para os seus desejos. O erotismo na alma, é uma das virtudes que os filósofos não viram da harmonia.

Poeta- Os filósofos são seres sérios. E com os deuses não se brinca. Por isso pouco souberam compreender a criança da imaginação. Seria as suas partes viscerais, o que a criança perdeu?

Palhaço- Os seres que pensam demais melancolizaram o mundo, eles perderam a sublimação do espetáculo figuristico, acabaram sentindo o mundo como uma fatalidade, por isso não querem mais brincar e perderam suas essências, um dia foram em suas infâncias, estrelas e grãos no Universo.

Poeta- Acreditava na lógica, que dizia; que o ser humano era o único dos dos seres que gracejava. Talvez não tenhamos olhado aos outros animais em suas expressões, quando acreditávamos que seria a capacidade narcísica que nos faria rir de nós mesmos como bichos destinados a comédia.

Palhaço- Era, onde queria chegar o meu pensamento. A comédia é não pensar, há coisas que foram feitas para rirmos delas, quando teríamos que lamentar. Mais o homem ri perante o abismo, porque fingi não escutar o seu eco.

Poeta- Talvez porque tens acreditado que as crianças não pensam ainda, mais elas escutam o inaudito da sensação do amor primeiro. Que lhes constituem a alma, como um fragmento de espelhos e molduras. Talvez seja o que sempre esteve, mais habitava em forma de falta.

Palhaço- Essa criança que se esconde na sua alma nem sempre ela escreve, algumas vezes é abafada, censurada de uma forma desatina, que o seu corpo a transforma em medos por curiosidades falantes.

Poeta- Os prazeres deviam ser medidos pela qualidade dos sabores que experimentamos e não pela quantidade deles. Mais com o tempo vamos perdendo essa percepção. E o riso começa a ser visto como uma forma de alargamento de expressões recalcadas. E os próprios palhaços acabam fazendo do riso o subterrâneo da alma na mascara do rosto.

Palhaço- Sim, pois os palhaços provocam nos seres humanos a

sabedoria de uma inteligência louca, de um ser polimorfo. E aqueles que nunca riram de si mesmos desconhecem os seus espelhos.

Poeta- É isso, o riso libera os instintos. Quando se faz alvo sobre aqueles que nos remetem a linguagem da paixão. Os palhaços ocupam o espaço do gozo endereçado pelas expressões do espírito, caretas, mímicas e contrações. Os palhaços são seres com tendências há mares anarquistas e utopistas da razão, pois eles sabem que o pensamento pode ultrapassar a sua realidade. E sei o quanto eles são envolventes pela comicidade diária que nos fazem mais humanos, em um mundo tão destinado há breves gozos sem prazeres.

De Fernando Henrique Santos Sanches

O Poeta das Almas

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 06/08/2013
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T4422581
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