Finesse
Fino seria se nos portássemos como pedras, parados
Pelo menos saberíamos a disposição dos grãos
E não moveríamos nossa cábula
Como aposta cega em um potro inepto
Mova-se como o peão
Porte-se como o rei
Vista-se como a torre
Sustenta-te como a dama
Fundamento posposto no anelo
Corrente estreita e firme como barro
O movimento é contínuo e embasado
Por esteios enxutos, untados com pranto
Fino seria se nos portássemos como folhas
Presos a rama, pés descalços, frontes devolutas
Enleados na fé do incógnito
Gaiatos à frente de um mago
Entenda-se com o cavalo
Faça do bispo seu venábulo
Tabuleiro riscado por mãos grosseiras
Ardil pífio com mote moribundo
Construiremos futuro composto
Se separados nos inquietarmos
Rascunhos dispersos
Com fins diversos