Quando todos fugiram!

Eles vão-se deitando,

Para lá das quebradas sepulturas,

Tentando adivinhar quem os salva,

Quem os matou, ou quem os cura!

Talvez sejas um pecador,

Na tua vida alternativa de ser;

Talvez simplesmente um brincalhão,

Que deve talvez morrer...!

Eles estávam a chorar,

Quando o sol se foi embora;

E Deus vestido de preto,

Foi tão longe na volta,

De encontrar a esperança,

Que não não mais voltou!

Eles estavam a chorar,

E todos os meus homens foram embora;

Ele foi em busca da verdade rasca,

Que nunca mais voltou para casa...

Os outros estávam especados,

Diante daqueles que eram bravos,...

Pensando quando viria Jesus,

Quando nos viria salvar em brados!

Eles estávam embebidos

Nas maranhas das mentiras,

Fugindo por entre as minas;

Seriam os novos predadores?

Talvez merecessem nascer,

Ou talvez morrer...

Sejam bem vindos,

Ao lado do soldado,

Onde não está ninguém,

A não ser eu!

O povo foi-se para morrer;

Não ficou ninguém senão eu!

Sejam bem vindos,

Ao lado do soldado,

Onde não está ninguém!

E o povo veio,

Para o lado do soldado,

E só fiquei eu!

Vamos todos para o fundo,

Debaixo de terra bem profundo;

Jesus afinal não vai voltar,

Afinal, quem nos vai salvar?

Loucos...

Para onde esperam ir,

Quando as bombas começarem a cair?

(Ferreira Carlos - In "Crónicas do soldado infame")

Ferreira Carlos
Enviado por Ferreira Carlos em 30/04/2013
Código do texto: T4266458
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