Mãos e olhos

Mãos de mãe e olhos de polícia

Olhos fechados para a realidade ou abertos a denunciar.

Mãos de paz e olhar de malícia

Olhar de não e mão de carícia

Mãos amigas que protegeram, tentando educar

Olhos fundos de fome e frio.

Mãos profanas, que violaram o mais íntimo

desses a quem deviam acariciar com amor e respeito

Olhos arregalados de pavor.

Mãos que espancaram. Mãos que furtaram.

Olhos que buscam respostas.

Mãos que maquinaram pelo bem e pelo mal

desses nossos pequenos.

Mãos deles mesmos, que mal orientadas, se deram ao erro.

Mãos anônimas de dezenas de profissionais

que com zelo e dedicação, ou muitas vezes,

sem mesmo saber a importância de seu ato,

outras ainda, apenas para cumprir ordem, agiram.

Umas até a contragosto, mas, agiram.

Olhos que deveriam ver, como prometeram,

mas, se negam a enxergar o óbvio clarão da realidade.

Olhos que choram em sua sensação de completa impotência.

Houve mãos que se juntaram em um ideal,

mesmo que distante, quase impalpável, mas, se juntaram.

Outras mãos se fecharam a sonegar, sonegadoras que são,

como muitas na história. A história não parou por isso.

O desejo é que, o olhar de Deus, que tudo alcança

e as mãos de Deus, que a tudo podem atingir,

sejam sobre todas as mãos e todos os olhos,

a julgar, a perdoar e a condenar,

segundo Sua eterna misericórdia.

Weverton Duarte Araújo
Enviado por Weverton Duarte Araújo em 04/02/2013
Código do texto: T4122837
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