Lumiar

Move a roleta voraz, como se a mesma fosse recôndita

Avulta pavio no círio da vida

Elucidando sobre a feição de alguns caminhos

Curvas a deslizar ligeiro

Bailarim que remoinha sem tirar o calcanhar do assoalho

Sabe que as curvas são tão longas quanto seus devaneios

E tão certas como os raios de sol no oceano

Mito do arbítrio do beligerante

Venábulo curto, porém afiado para alguns contendedores

Égide vítrea que expõe cesuras dos confrontos passados

A asserção é que caímos

Em alguns momentos, com o rostro no solo

Em outros avistando o céu ao longe

Forçosa é a necessidade de solevar

Imprescindível é tentar evitar incorreções

Resguardo nato de todo animal

Recato estulto do guerreiro que não sabe testilhar

Moinho que fragmenta os grãos da senda

O vigor da marcha volúvel

Se faz ao som de cornetas desentoadas

Mas construída sobre arcabouço estoico

Intelecto moldado com mãos de barro

Embuçando teor vasqueiro

Determinismo alterado em sua essência

Corra, não para muito longe

Pois a volta pode não ocorrer

Referências são precípuas

Na galhofa lajeada que trilhamos

Horizonte enevoado

Tão latente, quanto cavado

Curve-se mas não deixe de avista-lo

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 21/12/2012
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T4046778
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